Pular para o conteúdo principal

Ray Ban

Pegou seu "Ray Ban" e foi olhar as vitrines. Caminhava com o cabelo preso, seu estilo moicano, eu sou Ben seu Jorge. Na pequena passarela de olhos que não olhavam nada além de seus próprios consumos, ele não parava para os curiosos. Alguns batiam palmas, afinal, ele era o cara. Todos corriam para ver seu "Ray Ban" estilo bang bang, sou fodão. O xadrez da camisa era apenas disfarce, de grunge não sabia nada, talvez soubesse um pouco de violão. Agora ele parava pra ver o outro lado: seu próprio reflexo. Lindo! Bravo! Sou o cara! E novamente retoma a posição anterior, nada me pára e nem me atinge. Sou sarado e lindo, sou alto e distraído, as gurias piram, meu chefe pira, e ops, ele não trabalha! Meu chefe é o cara, e eu sou o cara. Ele era o cara, ele era seu chefe. Chega a hora do charme: pisca o olho, tira o "Ray Ban" e o coloca espelhafatosamente na gola da camisa. A cena foi assim: primeiro pé na escada e o segundo no chão, o resultado final: caiu de dois andares do shopping, quebrou o pescoço, morreu ali o fodão, seu estilo Ben mais Jorge agora estava mais para Caetano sou Morrison. Isso aqui era pra ser Poe, mas de nada me vale continuar a narração depois que o cara morre. Vou deixá-los. Os personagens seguintes são ilusões do vocabulário imaginativo individual de cada integrante curioso que tentou entender algo insignificante e extremamente inútil deste documento virtual.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Esteira

Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.

Romântica

Eu sou romântica  Com meu amor Esperando no quarto em fronte com taças e castiçais  Não sou aquela romântica Quando eu vejo atravessar ao longe na rua segurando mãos com sua alma gêmea e eu vejo por distância  você caminhando para longe dela E desaparecendo Nos meus sonhos

Não somos amigos

 Eu não consigo ser tua amiga. Eu juro, tentei. Eu prefiro ser nada. Aliada a mim. E eu gosto das lembranças. E eu gosto daqueles momentos, tão tranquilos. E tu engoliu a voz. Buscou paz. E eu, observo aqui, contente por ti. Tu merece toda paz do amor tranquilo. E eu? Eu aqui, imagino, se poderia ter sido.