Não estou disponível: vagou nenhum espaço entre os laços que desfiz. Sobrou somente os rascunhos inacabados dos planos e trajetos que foram esquecidos no silêncio da tua noite eternamente escura. Não, não é frio lá, mas é sombrio. E agora, depois de seis horas do ocorrido, não estou disponível para mais uma trilha. Mais uma, última, talvez? Não, não, não consigo... Só consigo a sororidade, que cansada, tenta ainda florescer para elas. E, com perfume de alecrim, saboreio o que os campos verdes ainda me dão: um lugar calmo, pouco antes do verão, mas não no furor da primavera. Um meio termo que me persegue, entre o passado e futuro, em um presente não aberto por enquanto. Lê o bilhete, relê o bilhete. O trêm partirá amanhã as 21h. - A bagagem está pesada? - Sim, mas consigo carregar. - Eu te ajudo, me dê aqui. - Não obrigada, preciso carregar meus pesos. - Tu não precisa seguir assim... sabe, algumas pessoas ainda estão dispostas para te ajudar. - Eu sei, mas eu não estou mais disponível
a que surgiu primeiro.