Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de abril, 2022

Doença Decretada na loucura Humana

Estou morrendo de uma doença até então não conhecida: seis quilos que carrego a mais no meu corpo, desse peso que comi todo no último domingo. Devo ter comido mais do que devia, o estômago pesado não dava conta de processar e minha derme esticou feito elástico, parecia que carregava algo no ventre. Acho que era inchaço, mas poderia ser gases. Eu não bebia refrigerante até hoje. Agora eu bebo, devo me enquadrar novamente na estatística de que irei ferrar com meu fígado também pelo refrigerante, quantidades excessivas de açúcar e sal. Não há na história desse país lugar mais belo que a cama após o almoço. Fica decretado que a partir de hoje, se tu come mais que um quilo de qualquer coisa, tu precisa repousar por grama ao menos 5 minutos. E assim, meus caros, viraremos belas e adormecidas pelo resto de nossas vidas. Não fará muita diferença, pois afinal... o mundo logo começará a se explodir, nem precisa pagar conta.

Para minha pequena Francisca

Francisca acordou com os olhos arregalados. Correu no parapeito da janela e ficou a encarar a escuridão do céu. Dizia a lenda, que se você acorda às 3 horas da madruga, algo de ruim viria a acontecer. Francisca não se lembra do que sonhava, mas sabe perfeitamente que naquele sonho ela era real. Sentiu sua pele ser tocada pela pessoa. Quando viu a marca no seu tornozelo teve certeza, esse sonho havia sido real! Baixou os grandes olhos para a penumbra adentrando novamente para as cobertas quentinhas. Manteve-se sentada em posição alerta, mas dando-se confortável abraçando os joelhos. Pensou, Francisca, pois se sou tão ruim de dormir, serei a melhor em ficar acordada! Então lembrou-se das crianças da escola, lhe zombando dos grandes olhos e das grandes meia luas arroxeadas abaixo de cada olho. Certamente que não irão mais me zombar depois dessa, disse para si mesma. Francisca correu para sua mesa de trabalho, acendeu uma vela (gostava de manter o espírito romântico apesar do século não se

Blues magnético

Me coloca no teu peito como colar colado em pele sem tatuagem   me entra a derme feito cansaço do suor noturno   E me espreguiça,  como se fosse raiar de um sol, maior   sem luz natural   apenas os brilhos que nós mesmos projetamos.

A última rima de amor

eu só vi que você não me amou depois que eu vi o lixo do lado da cama do seu quarto a sala estava lotada de lixo acumulado feito merda estragada tinha um rato embaixo da tua coberta e era tu que nutria esse rato desgraçado era tu que nutria o espaço empoeirado cheio de lixo era eu com você cheio cheiro de lixo chorume você produzia feito lixo do lixo um liquido fedia e era suas as lágrimas de crocodilo insensível e doía meu coração.

Conto nada

Acho que te amo e, por isso, te odeio. Minha eterna gratitude de não querer algo bom. E mesmo não querendo, a gente atrai o que de fato quer. Mesmo quando não. E talvez então eu não quisesse tanto não querer. E se tu não compreende, não prende. Se tu para, tu ausenta. E se tu quer mesmo, tu repele. E assim, só os que de fato aceitam o que mais de puro possuem, alcançam. Nem por isso é bom, nem por isso se torna fácil. É tortuoso. Mas principalmente, recompensador. - Acho que te vi espichada naquela tela. - Sim, eu estava. - Tu gosta das pernas altas? - Não, nunca reparo em pernas. Olho mais os dedos. As unhas encravadas. É tudo sempre meio tenebroso. - Sim, de fato, nunca são bonitos. Partes estranhas que carregamos. Tipo sentimento. - Sim, tipo meu sentimento. - Tu tem? - Disseram que sim. O computador então desligou a tela sozinho, e a menina em frente a ele adormeceu nos seus próprios braços, criando levemente uma baba que escorria no seu moletom.