Vomitei. Vomitei um último sentido. E ele me deixou livre, pois todo espaço que se cria internamente se deixa cheio. Não comigo. Comigo eu preciso desse espaço vazio. Livre. Leve. Solto. Sem cobranças. Não, não me provoque. Eu não nasci para ser uma pessoa presa. Minha liberdade é querer ficar. Tu é atraente suficiente para me deixar ir? Se sim, eu posso ficar, se não, nem começamos meu bem. Eu quero o ar. Tu quer a terra. Dizem que terra é material físico para o corpo. Dizem que ar é a ausência da forma, a fluidez e leveza desse elemento. O que busco aqui? Uma clareza desse tato. De ser ar. De tu ser terra. E de nossa interação, será que teremos como nos conectar de maneira mais profunda? Ou seremos indefinidamente dois mundos distantes pela estranheza do medo de se abrir ao novo? Estamos machucados demais? Não acredito que ficaremos assim para sempre. Um dia irei soprar pela tua face palavras abafadas por calor. E neste instante estaremos... unidos. Mas será que ficarei enjoada antes
a que surgiu primeiro.