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Mostrando postagens de junho, 2013

Segunda-feira > atos.

"O sadismo de alguns imbecis que apenas por vestirem fardas e usarem armas se acham no direito divino de tirar a vida de uma pessoa, pelo ideal egoísta de se manter no poder. (...) Mas nunca vão matar aquela esperança que a gente tem de um mundo melhor, que eu não sei direito como vai ser..." Feliz ano velho. Sei lá, tô achando bem apropriado o escrito para relembrar os gritos de agora há pouco, sobre a polícia atacando pessoas com mãos erguidas "em sinal de paz e rendição". Tava lá no meio, no momento ainda total de paz e de versos de protesto pacífico, vi umas figuras mais velhas e lembrei da época (não) merecidamente esquecida e ignorada pela grande massa, por trauma ou mesmo por ignorância, não fazem questão de saber, enfim. Ditadura, eis aqui o que estamos vivendo por tabelinha. Num bar da República as pessoas correm para fechar os bares e conseguir abrigo: há PM lá fora acabando com pequenos grupos que voltavam da manifestação. E lembro do amigo Periquito na

Sou eu.

Não sou mulher de ficar quieta, Não sou mulher de falar muito. Não sou mulher de aceitar um não, Não sou mulher que te dirá sim. Não sou mulher de assumir riscos, Não sou mulher de não tentar. Não sou mulher de explicações, Não sou mulher exemplar, Não sou uma diva. Não sou teu divã. Não sou mulher nenhuma Não sou de não ser várias. Não sou mulher da tua vida, Não sou mulher jamais. Não sou nada do que vê. Não sou nada além de mim. Ou seja, não sou mulher. Mulher é outra qualquer. Sou eu. Somente eu.

Olha e vê, no canto.

O que mais chamava atenção eram os olhos. Arregalados em uma expressão de total espanto de si mesmo. O olho ficava de um canto ao outro naquela brancura toda procurando um espaço no preto, pra ver se aliviava a tensão da luz. A luz, aquele ser fantástico, cheio de cores, cheio daqueles tons reluzentes, com um montão de opção pro olho da criatura escolher olhar. A luz ainda tinha efeito interessante: tremelicava e arfava conforme o olho se mexia. O olho era um destes clássicos: com a íris preta, com uma fumaça colorida ao redor, neste caso, uma fumaça engraçada, cor de nada. A cor de nada tanto faz, sabe, se tu pensar bem, o nada é bem possível de existir. Eu, particularmente, gosto muito do Nada, pois quando nada há, há espaço pra existir. E daí que eu estava narrando o que mais chamava a atenção? Atenção de quem? A gente começa com essas coisas de querer expressar e se perde toda, pois é tão bonito isso, as palavras que não significam grandes coisas, mas estão sempre aqui, prontas pr

Michuruquinha

E na sua ida ao matadouro, onde se enfileiram pessoas, caras, roupas, anéis, e se degustam os mates amargos, os gelados, e também se apreciam os sabores finos de salsa, no caminho um velho disse junto com o pensamento da menina: "ela tinha um, michuruquinha". Ele tomava um mate, mas não tava na fila. Ele nem ao menos a tinha visto e falou aquilo. Michuruquinha. Aí que os passos foram mais lentos, e as folhas da árvore próxima ficaram caindo em lentidão tamanha que parecia não estarem caindo, era como se o vento não conseguisse as atingir... e ela ficava pensando naquilo e naquela coisa de que o vento não tava ali. E o passo dela não aumentava mais, ela quase parada, se virou, parou diante do velho, um ancião com cuia na mão e cabelos brancos, chapéu de palha, com aqueles casacos de inverno que só os avôs têm (cheios de bolsos internos, para colocar o fumo e tudo o mais) e no meio da calçada ela sentou olhando fixamente aquela cara enrugada. Ela queria uma explicação de onde