Não há conserto. Nem com c. Nem há música que resolva o que se assola aqui dentro. Há uma ferida enorme do que eu fui. Aceite-se. Dizem as outras eus. E eu as escuto entre prantos. Estou estragada desde o dia em que me livrei do meu primeiro amor. Amor de marmelada. De verdadeiro não tinha nada. Amor que eu sentia, pleno, forte, que combateria o mundo inteiro para permanecer, não importavam as intempéries. Se acabou. Pegou fogo. As cinzas tomaram conta. Dizem que o tempo cura. Curaria. Acabei estragando vidas depois. Não sei mais amar. Não há confiança. Não há segurança. Estou destruída. Não sinto-me capaz de combater nem a aranha que se alojou no meu banheiro. Uma vida foi poupada. Eu olho minhas fotos antigas, minha força e juventude e inocência e de como tudo ficaria bem. Não fica mais não. Foi muito ódio. Foi cultivado muitas coisas ruins. Fui vencida sem nem saber que eu mesma era minha. E me estraguei. Estraguei a ponto de me convencer que todos ficam melhor sem minha companhia