Há um ano eu: te liguei pra saber onde morava. Não é absurdo saber onde tu está e não saber onde vai deitar? Há um ano eu: olhava o céu aberto do teu quintal. Não ficava discutindo as risadas junto aos nossos amigos? Há um ano eu: saboreei o divino doce que era só teu. Qual o segredo de ser tão doce e amargo? Há um ano eu: sentava na sua grama e despencava solta pelo verde. Já caía a tarde então? Há um ano eu: via pessoinhas sorrindo, gargalhando da imensidão noturna. Não decidíamos quais as nuvens faziam formas pra entender. Aquela tarde, aquele balde, aquela geladeira, aquele quintal, aquele céu, aqueles amigos, aquele sorriso, aquela tempestade. Foi há um ano o sonho de verão? E faz tão pouco tempo que tua cabeça deitava sobre meu ombro, que lágrimas caíram, que palavras doídas precisei te dizer. Que nunca mais é pra sempre e não volta. Queria tanto te negar e dizer "tudo bem". Porém, agora acabou. Nenhuma palavra te digo que não a verdade: há
a que surgiu primeiro.