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Mostrando postagens de março, 2013

"Eu te amo"

Totalmente livre. Amo sem pedir ou perguntar muitas coisas, pois sei que o importante temos em comum: o silêncio dos que sabem o suficiente pra não levantar questões já resolvidas. Não temos um caso ou em algum  acaso temos algo em comum. Distância deste mal. Deste apego. Da concorrência que as relações acabam criando, temos tempo limitado, não nos vemos. Sabemos um do outro em pontuais questões não relevantes para ambos. Por mais interessante que sejamos um para o outro, não nos interessamos, ou melhor, não nos aprofundamos em sentimentalismos. Fica simples, fácil de lidar. Extremamente leve de manter a palavra "eu te amo". Não há ligações perdidas, nem sms de boa noite, não há e-mails na caixa de entrada assim como não há dúvidas de que nossos pensamentos se encontram de forma singular no meio das nossas ações diárias. Há uma conexão não fundamentada ainda pela ciência que nossos corpos dizem "estamos bem assim". Há vontade de se ver e nunca mais sair do lado um

Como fazer uma história fictícia. - Texto I

Sob a luz da porta fechada via o contorno das sombras caminhando de um lado ao outro. Havia uma discussão em apenas um metro. Ela ouvia atenta e discreta e por precaução utilizava os fones de ouvido e, mesmo assim, conseguia ouvir tudo muito claramente.  Eles estavam mais de alguns anos juntos e por este motivo a garota do fone de ouvido não tentava mais intervir. Os gritos estavam se acalmando agora, os alfinetes que vinham em forma de palavras estavam doendo cada vez mais. O coração da garota começou a acelerar. Viu a sombra de um homem se afastar da outra. Nada mais se movia. A garota caiu sobre seu mp3 quando a porta de seu quarto se abriu. Então a música voltou a tocar. Branco. A primeira lembrança era da cor. A luz vinha da janela, a cor vinha da janela. Estava cega ainda, não conseguiu distinguir as formas. Parecia ser uma janela. Levantou suas mãos, duas formas escuras aparecem em seu campo de visão, mexeu seus dedos mas não os via claramente. Não conseguindo levantar, pe

Não poderia.

Não imagine. Esta estrada não é pra ti. A curva de uma nuvem, apenas uma curva. Poderia ter sido a estrada reta e asfaltada com camadas, muitas rodas a rodar. Não diga. A palavra soa mal. O sopro da tua boca, apenas um arfar. Poderia ter sido suor encontro de corpos sem amor, muito pouco a sentir. Não sinto. A alma não me tem. Pareço louca a repetir, eu mesma em mim. Poderia ser princípio de que não há um eu, muito cheio de si.

Aos amores dela.

Não me permito ser do outro, sou minha mesmo. Ai de quem tentar me roubar, levará nada além do meu pior. Dos meus atos, ensaios Da minha mente, a crueldade Do coração, a podridão do desengano E do resto, meu amor próprio. Apaixona-se pela lindeza, aproveite minha inteligência e sofra a consequência do engano. Gaste minhas horas com tuas falas e me permita exibir-me a nós dois. Sou minha própria existência. Cobro muito mais de mim, espero muito menos de ti. Não há palavras que precisem do tempo o tempo inteiro. Se cale, se apavore, mas seja Só assim pra me fazer mais tua: seja teu em primeiro.
Seu senhor, o dono de si observava ele. Ele estava cabisbaixo, com um copo na mão. Ele não conseguia se observar, nem pensar racionalmente, nem tentar se conter. Ele tinha se deixado vencer. Corriam as lágrimas, soltas e alegres de sair daquela mágoa que duravam meses. Elas respiravam os poros da face dele, faziam seu contorno, acariciavam seu olhar triste. Alguns o viram, muitos nem sequer perceberam o mal dele. Não importava afinal. Não importa a ninguém. Ele o observava de longe, pensando no que fazer se ele desistisse da vida. Afinal, nada fazia sentido e eram sentimentos demais para não fazer nada. Ele ia fazer alguma coisa. Estava fraco demais, mas forte o suficiente pra não deixar seu copo que, apertado, segurava na mão. Então tocou a música, ele saiu dali, enxugou o resto da dor e se foi. Aquilo tomou conta dele e ele se sentia melhor, ou pelo menos, menos incompleto. Eu enfim me aproximei, compartilhando a mesma dor, ofereci uma bebida como oferenda. Ninguém falou, eram silênc