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Mostrando postagens de novembro, 2017

Cabeluda

Eu não tinha mais nada. Suava as axilas por detrás daquele pano cinza. Detesto verão... Será que estava visível? Como eu olharia minha axila despercebidamente... como? Não fedia. Ao menos nas axilas ninguém coloca opinião. Mentira! Axila não é bunda e nem opinião. Porém, todos ficam de carão. É feio tê-los. Uma loba como eu, não pode os ter tão visíveis... devo disfarçar. Olhos arregalados. Para um lado. Ninguém. Para o outro. Também não. Levanto o braço disfarçadamente. Inclino a cabeça levemente pra frente. Penso em todos os filmes de comédia. Riram de mulheres peludas. Riram de homens peludos. Riram de qualquer um. Então. Mídia. E o rosto cabeludo? Tu tem bigode, sabia? Tu não se incomoda com os pelos na cara? Não. Eles são parte de mim. Nunca me fizeram mal. E a sobrancelha? Que feio... E na intimidade? Ah, mas ele deve detestar! E eu não conto, não? É meu corpo sabe... Sabem, ninguém nunca reclamou. Só vocês. Ah, mas eles devem reparar... Penso que ca

Para nunca mais

Estou numa cidade distante. Onde eu me sinto estranha como praticamente ninguém me viu. Hoje, nem meu amor me deixa perto e fico mais além. É posto à prova ele e todos os demais. Hoje, meu amor seguiu sozinho. Ele me deixou aqui, refletindo comigo. Hoje meu amor foi colocado de lado. O amor que jurei um dia ter, se torna cada dia mais miragem. E talvez, então, ele não deva existir. Hoje agi racionalmente: quando minha intensidade flor da pele: - já dizia o contrário. Hoje, engoli o choro, Satisfazer o meu amor, eu sei. E que não aceita: meu ser. Ou não entende, e nem, E não, se aproxima de... quem sou? Ou de quem fui. Hoje, meu amor não é livre. Hoje, eu não sou minha. Hoje, meu amor sufoca e é sufocado. Hoje, vou deixar a morte passar ao lado e banhar: todo meu amor, para nunca mais brilhar.