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Eu morri.



Então estava eu ali, deitada sobre minha infância e no lugar que sempre volto, minha Pasárgada, onde meu Reino é criado. Fecho os olhos, os pensamentos sobre o hoje, sobre o amanhã, sobre o que não sei lidar, sobre como irei trapacear esta fase... e sinto o zumbido nos ouvidos, o não ar me esvaindo, todas aquelas bombas prometidas sendo arremeçadas sobre a minha cabeça. Sem ver, sem coragem de tentar abrir os olhos, com medo da realidade de que meus pulmões não me respondiam mais, que meu corpo nem se movesse aos meus comandos e descubro que, o que quer que tentasse sair de mim, uma alma, meu consciente ou meu ser, me sufocava ao tentar sair. Era pregada de dentro pra fora e de fora pra dentro, numa erupção interna de medo de tudo o que havia pensado antes. A não vida. E pensava apenas que ainda não tinha feito tudo, que não era possível morrer sonhando e a morte não é feita num sonho. Minha consciência me deixava, meu coração acelerava... era tanta dor do que não vivi. E com receio de abrir os olhos e ver um mundo colorido, ou mesmo o nada de onde viemos... eu precisava respirar. Aí peguei a coragem e força que ainda restavam: minhas pálpebras se abriram no lugar exato onde havia adormecido. Meu quarto, 01:00 a.m. com a sensação mais terrível da vida: a morte.

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