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Contos passados

Não poderia falar de um conto de fadas sem ter minimamente vivido um deles. O que me remete a perda de tempo ao ler tais baboseiras. Ontem, eu perdi a noção do meu tempo. E digo tempo no sentido mais profundo, o tempo como sentido não cronológico, de medida. O tempo, sim, como significante de qualidade. Ontem eu decidi tornar meu tempo o mais proveitoso que pude e isso significou mudar todo um comportamento diário, o cotidiano ir e vir e levar e ser e comparar e tentar por apenas um ser. Ser qualidade. Então, em outras palavras: eu perdi noção da minha qualidade. Eu pessoa, perdi a noção do que de bom tenho feito. Claro, tentei medir com o tempo cronológico, o deus Cronos ainda conta. Acredito que, após dois ou três anos de saturação abestalhada, propus a me encarar de novo. E encarar a qualidade do ser que sou e quero ser. Não vivi muito, vivi pouco até. Duas viagens memoráveis e alguns pequenos começos. Achei que tinha encontrado a companhia ideal, mas nada é ideal. Então encarei a realidade do que sou e do que quero ser. E descobri minhas asas. E assim, no leve bater delas, eu fui longe. E me afastei dos ideais e das ideias. Está em branco as aventuras, mas quais delas vou querer viver primeiro? Eu sou bem forte, derrotei vários monstros, superei muitos medos e descobri meus motivos. Nada disso, às vezes, tem importância. O que importa é o instante agora. E agora, as cartas estão vazias. Meus postais que havia guardado, em branco. Não tenho endereço e nem destinatário pra isso. Ausência não tem nome e se mudou pra outro planeta. Então os heróis se demonstram covardes, os figurantes somem na poeira dos dias e as vozes internas clamam uma ação. Digito aqui a nova era de contos de fadas, que ainda virão. Desta vez, porém, adeus tempo cronológico, eu só quero qualidade nessas histórias.

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