Pular para o conteúdo principal

Nova em folha

Nova em folha, disse eu. Estou nova em folha. Os anos daquela cidade, pequena cidade, ainda continham os verdes que inicialmente a criaram: por todos os lados era verde, mas acima de tudo, o azul do céu (e os rosas e alaranjados) cobria a moldura visível. Na imensidão de Lugar Algum, eu caminhava, durante dois fôlegos errados, respirei por locais indevidos. Na verdade foram três lugares. Mas esses lugares hoje não me cabem. Ou eu não caibo mais. Às vezes crescemos por todos os poros de nosso corpo, de uma maneira quase impossível de se retornar ao tamanho inicial. Prometo. Prometo que na vida futura, quando e se ela retornar, essa vida será melhor. Eu vivo de uma promessa que larguei num tempo e que não sei se o destino chegará. Alguma voz me disse que sou aqueles destinos, os destinos a qual estou prometida. E, mesmo que seja destino ser nova e ser folha, que eu seja verde, mas acima de tudo, que meu azul nunca desbote no meu coração frio. Que seja meu destino assim também frio e azul: que eu iria correndo agora mesmo encontrá-lo. Mas aqui, atada às cordas invisíveis do Senhor Tempo, que me prega peças todo momento, aguardo. Impaciente. Planejando. Pensando. Desejando. Sendo. E, não menos, amando.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Romântica

Eu sou romântica  Com meu amor Esperando no quarto em fronte com taças e castiçais  Não sou aquela romântica Quando eu vejo atravessar ao longe na rua segurando mãos com sua alma gêmea e eu vejo por distância  você caminhando para longe dela E desaparecendo Nos meus sonhos

Se fora

Me sinto mal, por todos os momentos dos quais te evito, aqui e acolá. Eu não te leio mais. Eu nem mesmo sei quando deveria estar fazendo algo… menos do meu trabalho. Tem sido demais. Muitos amigos foram jantar fora. Eu permaneci. Calada, fronte a tua porta, querendo te ver. Querendo te ter. E tu comeu mundos. Mandou. Mudou. E fui. E nem mais sei o que resta desse espaço virtualístico. Uma esperança?

Esteira

Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.