Nova em folha, disse eu. Estou nova em folha. Os anos daquela cidade, pequena cidade, ainda continham os verdes que inicialmente a criaram: por todos os lados era verde, mas acima de tudo, o azul do céu (e os rosas e alaranjados) cobria a moldura visível. Na imensidão de Lugar Algum, eu caminhava, durante dois fôlegos errados, respirei por locais indevidos. Na verdade foram três lugares. Mas esses lugares hoje não me cabem. Ou eu não caibo mais. Às vezes crescemos por todos os poros de nosso corpo, de uma maneira quase impossível de se retornar ao tamanho inicial. Prometo. Prometo que na vida futura, quando e se ela retornar, essa vida será melhor. Eu vivo de uma promessa que larguei num tempo e que não sei se o destino chegará. Alguma voz me disse que sou aqueles destinos, os destinos a qual estou prometida. E, mesmo que seja destino ser nova e ser folha, que eu seja verde, mas acima de tudo, que meu azul nunca desbote no meu coração frio. Que seja meu destino assim também frio e azul: que eu iria correndo agora mesmo encontrá-lo. Mas aqui, atada às cordas invisíveis do Senhor Tempo, que me prega peças todo momento, aguardo. Impaciente. Planejando. Pensando. Desejando. Sendo. E, não menos, amando.
Eu sou romântica Com meu amor Esperando no quarto em fronte com taças e castiçais Não sou aquela romântica Quando eu vejo atravessar ao longe na rua segurando mãos com sua alma gêmea e eu vejo por distância você caminhando para longe dela E desaparecendo Nos meus sonhos
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