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Oito para sete ser

Hoje são oito dias daquele que era tão caro para mim. Hoje, digo que cresci, mas ainda não suporto ser tão baixa. Hoje, apesar da altura, não alcanço mais nenhum palmo à frente. Dias são assim, que me vejo contando ainda todos os dias que são raros e únicos. Ainda te vejo e desejo. E ainda, silenciosamente, me espreito naquele lugar que foi nosso. E sinto. profundamente, sinto. São aromas que te deixava na boca, na barba e nos cabelos fartos, com banhos longos e carinhos demorados. Ainda sinto e espero, calada, amordaçada pelo impulso de outrora, hoje não. Hoje falarei de ontem, que nem lembrava que eram nove. Oito restam, para sete ser. E mesmo os anos que se passaram, nem breves ou longos, hão de me deixar mais feliz que o presente que me dou agora, sendo eu assim tão feliz e alegre comigo e com todos que me adoram. E sou, mesmo ainda aguardando a peça chave de um motor que ainda não partiu. E talvez ele apodreça, como está o carro de família, ao pó, ainda sem funcionar, por falta de tempo e dedicação ou vontade. E talvez, eu seja como um motor velho, que há oito dias de ser mais velho, ainda sente corajosamente que ainda pode dançar por entre as nuvens da leveza de amar e ser, apenas ser, o que precisa para existir tudo, sem nós.

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