Pular para o conteúdo principal

O diário do Peixe Morto - Dia 1.118

Eu não estou preparada. Não estou! Ontem eu comi duas maçãs verdes e ambas estavam podres. Onde está meu peixe? Queria meu peixe de volta, não devo comer tantas maçãs, se meu peixe estivesse comigo, eu não deixaria nada mais vivo e verde se aproximar! Meu peixe morto, onde andas? Onde nadas? Acredito que matar seu próprio peixe morto tem suas vantagens, mas hoje acordei pra morte da vida: ele se foi. Estou sem meu peixe, abandonada, estou só. E ele, que deveria nadar por aí sacudindo suas rabanadas por todo bairro, olha que bela rabanada, diria eu! E nada de nada de peixe ou de água. Não chove, tempo seco. Culpa de quem? Provavelmente minha mesmo, que abandonei meu peixe morto aos cães. Deixei ele apodrecendo sozinho, ao invés de matá-lo certeiramente, como supunha certas revistas mirabolantes sem sentido! Vamos, preciso pensar e escrever e dar conta de todas as certas horas de presenças e não presenças, virtuais ou não! Onde andas, peixe morto? Diria eu, se te tivesse batendo sua cauda na minha cara que "juro solenemente não fazer nada... que nade!" e iria gargalhar tão alto que bolhas espumosas de raiva sairiam por suas entranhas! E fétidos cheiros de peixe morto desagradariam todos, como manda os maus costumes! Meu... amigo, que saudades tenho de ti, me faz tanta falta quanto as tempestades de cascalhos. Sinto me tão leve e solta que preciso de ti, meu peixe morto! Volte para me dar a dor que sempre anseio! Nada mais faz menos sentido que você!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Esteira

Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.

Romântica

Eu sou romântica  Com meu amor Esperando no quarto em fronte com taças e castiçais  Não sou aquela romântica Quando eu vejo atravessar ao longe na rua segurando mãos com sua alma gêmea e eu vejo por distância  você caminhando para longe dela E desaparecendo Nos meus sonhos

Não somos amigos

 Eu não consigo ser tua amiga. Eu juro, tentei. Eu prefiro ser nada. Aliada a mim. E eu gosto das lembranças. E eu gosto daqueles momentos, tão tranquilos. E tu engoliu a voz. Buscou paz. E eu, observo aqui, contente por ti. Tu merece toda paz do amor tranquilo. E eu? Eu aqui, imagino, se poderia ter sido.