Era uma aula de algumas horas: havíamos vivido tudo que tínhamos a ofertar um ao outro. Estávamos desertos há pelo menos um mês e não se dizia uma palavra.
- Eu nem te conheço, mas aquela noite parecia que éramos feito um para o outro.
Acordei de ressaca.
Não bebi. Não fumei. Nem tenho tido muitos vícios. Só o pensamento que aprisiona meus sentidos. Eu acho que estou sentido novamente... aquele ar atemporal que tudo se repete no ciclo do mundo. Um dia estamos lá em cima, no outro, descemos verdadeiramente para o centro da terra. Ar e água, que sou eu se não um aquário transparente guardando uma pérola que ninguém vê?
Decidi pôr umas cortinas por cima. Assim, talvez, nenhum curioso será capaz de espiar através de mim novamente. Chega de curiosos e aventureiros, eu digo. E assim convenço-me que é isso de fato que sigo buscando.
Ele me olhou com olhos de rubis, mas me tirou do eixo com a cor do céu. Acho que vou morrer no instante que ele me abraçar. E há tanto não sinto esse aperto... de peito com peito... Acho que os olhos marejados são sinais de carência, ele diria. Mas acredito fortemente que eu mereço pertencer a um abraço que resolve qualquer problema do (meu) mundo.
Onde estará meu porto seguro hoje?
E como que assumindo que nem o conheço, ainda almejo partilhar cada segundo. Seria pedir demais um acalento de alma para alma? Um sinal, digo, nem um sinal? Universo oraria para um deus, se ainda acreditasse em um... mas nem isso eu deixei viver! Matei todas as fantasias. Isso será que é tão ruim? Matar fantasias parece um trabalho decente, quando cada um que passava os olhos por mim buscavam apenas alimentar seus egos com cores...
Eu distribui muitos arco-íris. Um solzinho devia ser menos brilhante? Ou seria apenas o caso de tentar me aventurar em novos universos e galáxias? É, é isso. Obrigada por me ler, vou lá arrumar as malas e ir.
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