A xícara diz: tem borra de café acumulado por anos. E eu olho os pequenos grãos como quem colhe uma grande safra. Estou admirando os poros de uma xícara, que cúmulo de acúmulos de nadas por fazer. Meu bem, vamos indo? Acho que chegou a hora dessa música country ser deixada de lado. Meu bem, eu deixei a chave próxima do portão, quando tu volta? E ela partiu, junto dos sonhos da xícara. E ela sempre colocou muito açúcar em tudo, deve ser por isso que hoje me abstenho. Um equilíbrio calculado. Um amargor como sina. E eu acho que jamais serei a garota dela. A rainha de nada. Que nunca olhou meu coração.
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
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