Tu sabe que eu não sei dizer adeus, nem sei dizer o que falar quando tu me deixa de olhos arregalados, congelada, no meio fio, e que os tchaus são mais leves quando me despeço causando reboliço - bem no meio de palavras não muito congruentes - e parece que seria sempre assim, mas ambos estamos carrancudos para tudo. E tudo parece calejado nesses dias de sistemas que amontoam dedos sobre teclas. E nem sabia se tu queria sonhar junto, mas eu também tô assim, meio cabreira e mudada, melhor nem pensar, que deixar fluir isso é melhor, para afluentes de rios que passam, ora, pois, não retornam mais ao ponto inicial. E falamos coisas e dissemos tanto, mais que devíamos, e agora a prestação será cara, que nem sei com que cara vamos terminar nessa mudança de estação. Será que tu vai usar as palavras saudades junto de nunca mais? Ou vamos sutilmente sermos só nós, distantes mármores quebradiços? E mudando mudamente? E será que teríamos plantado juntos essas últimas sementes, tipo Castanhas, e colhido na próxima primavera os Girassóis?
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
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