A areia entrava por entre seus dedos fazendo sua pele sentir um mínimo carinho. A leveza de seus pés depois daquele instante estava óbvio. A saudade de 2012 era o único refúgio que a mantinha intocada. A cicatriz aberta. O sangue jorrado. Palavras que nunca voltaram a encontrar abrigo, em meus lábios, agora correm aos ventos… superado.
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
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