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Com as mãos tremulas apanhou um tanto de água. Olhou para frente e se viu, abaixando levemente a cabeça tocou a água no rosto. Voltou os olhos e novamente se viu. Encarou. Neste momento as coisas ao redor também tremiam. Cambaleou pelo espaço como se estivesse em uma corda bamba. Sentia tudo se afastar e se sentia cada vez mais perto. Chegou no seu lugar e se atirou no meio da grama, olhou para o céu e viu estrelas cadentes, todas brilhavam, todas giravam, o céu poderia ser colorido na noite, pois elas o enfeitavam. Foi então que percebendo quão lindo era, mais lindo seria se pudesse senti-las. Foi então que começou a chuva de estrelas e uma a uma começaram a cair deixando seu rastro cadente. Ele se sentiu flutuando pelo espaço de cores e tudo o que tocava se transformava em formas líquidas. A lâmpada do carro que aparecia em frente se transformou em um farol. O farol virou uma montanha russa. Ele estava em alta velocidade. Foi parar em seu sonho, quilômetros de distância de onde deveria. Agora tudo se afastava, e a manhã chegava sorrateiramente, como um despertar da vida. O ar brilhava e lindamente, os raios de sol poderiam ser tocados. Ele levantou seu braço, tentando os tocar. Nada acontecia. Nada mais nascia. Seus sonhos voltavam em forma de pesadelo. A vida agora era real, e nada mais fazia sentido, pois seu sonho não era mais visto pelo seus olhos. Algo havia se escondido em sua mente. Era apenas um nada novamente.

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