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Homem lobo.


Ele disse: continua lá, crescendo.
Atrás das cinzas vagarosas...
Ela disse então que era a condição de ser:
Sou lunática, sou solita.
E no seu sonho perdido ele a buscava
no traço do braço, no pedaço da traça.
O bicho nele crescia
e nela se sustentava.

Criava as notas da dor:
choro, rangido, chiado.
Ela enchia as marés:
espuma, bolhas, ressacas.

Ninguém que se considere tal monstro,
lembra o começo.
Ninguém que sente tamanha monstruosidade,
sentirá a transformação.
Só se vê ali no balcão,
rouco a cantarolar
"uuuuuuuuuuu-uá"
"aaaaaaaaaaa-aú"

E o povo, controverso: "existe? Não!".

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