Quando os olhos estão secos, o gosto na boca amargo, o café não faz efeito, os suspiros não existem. Quando as vozes do interior clamam o que não existe mais. Alguns conseguem levantar as mãos sobre a face e se esconder entre elas. Eu me dou para o tapa. E não grito. Eu vivo a dor. Eu choro por dentro. Eu sou forte e não sou o que falo, nem pareço mais o mesmo sujeito.
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
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