Ele era daquele tipo que dizia ser feliz só pra não cansar os olhos dos outros. Fazia turismo na noite só pra encontrar pessoas de outros lugares. Ele era bem desse tipo. Ele era daquele tipo que pintava o quarto e dizia que era romântico. Ele era daquele que ia mas não sabia onde. Ele era daquele tipo que colocava o CD errado pra tocar e dizia que o ouvido que estava certo. Ele era bem assim. Ele era daquele tipo que pegava na tua mão e dizia vamos voar! E íamos mesmo. Ele era bem desse tipo. Do tipo que a gente pinta. Ele era bem o meu tipo. O meu tipo. Tipo aquele que se pinta e se apaga. E ele era bem do tipo que daquele jeito a gente morre. Morre correndo atrás. A gente deleta da busca. A gente cansa da busca, mesmo sendo nossos tipos.
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
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