A palavra era a única coisa que sobrava naquele mundo. Todas aquelas vozes falavam tão alto para o mundo ouvir, mas que mundo surdo quando não estavam interessados em se calar. Todos aqueles iam e vinham colocando seus dedos no coração do outro, sem pedir licença e sem pedir nada mais que um adeus. Eles se abandonavam, sem esperar reações... coisas frias se quebram com lâminas. Colocamos os pesos soltos nos vazios eternos, sem esperar que isso causará maiores estragos. Vamos homem, admita a ti mesmo, tu não veio me dizer que está me deixando, tu está apenas seguindo contigo mesmo da forma muda que nos comunicamos. A palavra que sobrou no teu tapete, a palavra que flutua na tua figueira, a palavra que flutuava e continua ali, calada e muda esperando ser ouvida novamente. Eu sou muda, cega e surda quando penso em ti. E pretendo não mudar. O mundo das bolhas estouram de tempos em tempos... onde tu estará nesta hora, que precisarei do teu braço pra levantar minha fronte? Siga a ti mesmo, não siga sem mim. Não mais.
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
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