Era azul a imensidão do íntimo dela. Era com esses tons sombrios que não aconchegavam bem, mas faziam pensar e refletir, estou caindo? Estou flutuando? Estou submergindo? O que estou? Onde estou? Seja pro lado que for, ela era pintada, ela era brincada. Como num pêndulo ou iô-iô, balançando pros lados, se equilibrando num fio infinito e particularmente tênue entre sua própria razão e a interpretação alheia. Quem são alheias(os)? Então que ela não sabia e eu a guardava. Será mesmo que quero saber? Quem que me lê/vê? Perguntava ela. Eu nunca soube responder a ela, então se ia e sumia alguns dias, um ou dois. Assim era como se ela fosse instável, cheia de suspense. O mistério desse azul que ela possui. Basta aguardar. E aqui estou, guardando esses segundos enquanto ela esconde-se desse todo mundo que não sabemos se existe.
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
Todo ser humano é muitos, em regra o tudo e o nada em cada.
ResponderExcluirGK