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Limítrofes

Eu me perdia quando era uma cor, só.
Eu olhava duas outras, ao esmo
e ao mesmo tempo, três ou quatro apareciam.

Era uma ilusão você brincando com seus olhos em mim.
Eram só cores refletidas que vias em mim.
Nada era de fato demarcado e
tudo estava em movimento.

E girando fomos pro outro lado.

Tinham cores que brilhavam em ti, só.
Tu olhava admirando, concentrado
e deslumbrado, enquanto tudo crescia.

Era real eu brincando com tuas cores.
Verde e azul, refletindo turquesa num corpo único.
Tudo era livre e fluído.
Tudo soprava e flutuava.
Numa imensidão particular.

Fomos carregados pela força invisível.
Transportados pelas leis da física.
Atraídos e repelidos.

Minhocas e ondas faziam festa.
Eram nossas testas com olhar fixado.
Olhos grandes tipo loba.
E um garoto com capa verde.

Eram dois dias, um ano e meio.
Passou a vida e estamos ainda conectados.
Que venham os próximos ventos e as novas águas.

Lá onde o verde e azul se encontram,
num limiar cristalino e puro.
Descansaremos em paz em nossas caixas.
Lado a lado.

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