Uma daquelas fotos amareladas. Um daqueles cheiros amadeirados. Um pano como guardanapo. Um café como hálito. Um despertar preguiçoso no domingo. Uma risada nervosa com os atrasos. Uma flor ressequida entre folhas recicladas. Um diário nunca acabado. Um texto esperando ser iniciado. Um mural por completar. Uma árvore por crescer. Um dia nublado para sonhar. Uma janela para se dependurar. Um livro por acabar e um monte por iniciar. Uma garrafa para comemorar. Um fruto por compartilhar. Uma roupa para doar. Uma pessoa para fazer sorrir. Uma família para amar. Um mundo para conhecer. Uma vida para viver. Um dia para perceber: hoje acordei para meu próprio presente.
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
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