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Águas passadas não movem moinho

"às vezes a ansiedade chega como uma tormenta cheio de espinhos e lágrimas. Aprender a lidar com o que nunca se quis: afastamento. Desesperadamente afastar sentimentos, afastar-se de si mesma. Como fazer isso sem se destruir? Como me tornar menos vulnerável? Como não pensar demasiado? Quais técnicas existentes poderiam ser cabíveis? Eu sinto, eu sinto. E não consigo não sentir. Só queria sentir menos, que inveja tenho às vezes dele, que não, não sente. Ou... seria apenas pena? Fazer isso é triste. Afinal, o afastamento é nossa escolha. Nunca consigo, pois é simples. É só estar e ser. Queria sentir raiva. Raiva  dele. Raiva do que fez e do nada que ainda faz. Nada ele fez para existir, não, resistir a essa época, a essa doença e esse mal do século. Não era amor, se não amar suficiente é isso, não é amar. Amor supera, amor perdoa, amor acalma e amor chega sim, ele se torna o que precisa ser. Que raiva queria sentir ao invés da angústia. "

Releu aquele trecho do diário por algumas vezes. Comeu seu bolo de milho, tranquila. Rever passados é como ver águas do mesmo rio: é o mesmo rio, mas não mais a mesma água. Levantou, ousou olhar-se no espelho, deu uma piscadela. Ela, linda, sentia-se livre e leve. Finalmente. Águas do passado não a movem mais.

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