Belo, como um sorriso escondido por entre aquele emaranhado. Claro e escuro, como telas renascentistas. Uma iluminação dramática. Um sorriso infantil, de canto a canto, sem mostrar os dentes. Vejo e novamente, belo. Belo, sem erros. Belo, sem apelos. Um dia chego. Um dia esqueço. Um dia revejo. Belo. Uma pequena graça, entre desejos escondidos, pois mostrar dentes é errado. Mostrar partes de si é ser vulnerável. Me despeço. Não temos mais as mesmas frases. Um dia cheio, nem relembro sua cor. E quantas tinham? Infinitas possibilidades numa paleta universal. Claro e escuro. Os tons de novo, eles me perseguem ou eu os adiciono? Novamente falo disso. E me repito. E preciso deixar claro que não é minha culpa perceber o óbvio. Ele só vem à mente, como tu, belo. Uma graça que me escondo. De novo tu me vem, só por ter te perdido e ganhado ao mesmo tempo. Que vontade... e te pego de novo, te coloco de fronte a mim, me aproximo como só consigo fazer na intimidade, me fantasio de cores e tu, belo, me capta. Um olho só. Um conjunto de lentes. Nada mais. Belo. Cheio de significados escondidos, não essenciais ao propósito. Comecei falando de ti, que me entende mais que capta. Pois é funcional e metódico, regras simples e claras, como gosto disso!
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
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