Não tenho preguiça, levanto e vou... acordei cedo e olhei o céu. Vi dois pedaços de nuvens, eram tão parecidos com teu ursinho que fiquei com saudade, mas uma saudade escondida, pois não sinto nada agora. Uma força de negar o que se esconde por baixo da superfície daquela imensidão de água. E tu? Tu me perguntas, o que pretendes após tantos anos sem controlar essa força? Fico sem entender, pois estava certa que havia escondido muito bem. Aí me lembrei da preguiça, era ela minha fraqueza, se eu deixasse transparecer, os dedos apontados viriam. Bonita, você é bonita, mais uma vez disse ele. Quando deixarás a máscara cair? Não entendo a pergunta e fico imaginando que era da pandemia. Ele ri de volta dizendo, não, não, tu não me enganas, vejo através de ti. Tu te esconde nessa atitude. Que queres, afinal?
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
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