Sinto tua falta, tão desesperadamente, intensamente, como nunca antes. Sinto muito, meu bem, por ter te levado tão seriamente... eu sinto muito mesmo, pois eu sou assim, mas te conformo: eu era desde o começo uma simples criança. Um começo. Um lenço branco e amarelo no pescoço, feito um nó que agarra a garganta, esperançosa por te ver um dia, desamarrar os nós... e enfim, tu poder me ver inteira, sem nada me cobrindo, com meu corpo a mostra, como aquela pinta única que tu beijaria, como aquele ponto próximo ao meu pescoço te dissesse, me tenha... como nunca teve... e me deseje... como nunca antes fora capaz... e me desfaleça... até um ponto bastar.
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
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