Hoje tu não é um estranho e eu não sou uma esquecida. Hoje eu sou teu amor e tu é meu mundo. Somos hoje um inteiro silêncio de paz. E vivo hoje a olhar teu dedo me direcionando até tocar meu nariz. E hoje meu ar ficou cheio de estrelas e teus olhos não pesaram antes de dormir. Hoje assoprei uma ou outra vela para tu celebrar nossos supostos anos naquele lindo Lugar Algum. E fomos lá viver nossas esperanças para a eternidade não nos culpar por termos desperdiçado sonhos e levezas. Foi bobeira minha, tu disse, mas eu só queria paz. E dessa paz a gente carrega a bandeira branca para não esquecer que tudo começou como uma pena em meio a papéis que não foram bem dobrados. Mas nossas bolhas nos carregaram por aquela guerra épica de almas perdidas e memórias incontroláveis de dor e desilusão. Somos tão perfeitos e nos encaixamos tão bem... tu ainda lembra? Tu me olhou na minha íris caramelo e disse que ela era bonita. Hipnotizante. E tu vinha com teu ver olhar a me carregar pela mata densa. Escorreguei. Quebrei o pé. Estava no chão desde o início. Devia ter me dito o que tu queria de fato, poderia ter te dado mais logo de inicio, mas no fundo nem sabíamos. Tu falou comigo como se eu fosse a pior pessoa do mundo, onde paramos?
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
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