Um mundo colorido, era o que ele me prometia. Infelizmente não acredito mais em unicórnios. Hoje o mundo ficou cinza. A música se foi com ele. Amigo que nunca troquei uma frase. Ele se foi. Um plano espiritual o aguarda. Ou será virtual? Essa realidade que nos teletransporta com todos os jetlegs possíveis. Os vivemos como se fosse normal sentir o cansaço. Os cabelos brancos chegam, as despedidas iniciam e, a vida sonhada, nunca começou. Ou será que hoje apenas vejo o copo mais vazio do que o costume? Será preciso sempre o ver meio cheio? Não sei, vos digo, pois eu mal sei do que cabe no meu espaço apertado que vivo. E gelado. E meio sufocado. E cheio de teias. E bichos cheio de pernas que carregam meus restos. Como todo bom inseto.
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
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