Um dia escrevi sobre ele, leve e também tempestuoso. Hoje penso nele como um leve sopro que nunca estará completo no meu peito. Minha sensibilidade a meus desejos, aqueles intensos, hoje eu tento os domar, como uma grande guerreira que compreende que se curvar aos limites é a única maneira de não se sentir derrotada. E os domo a cada cinco horas que toca meu despertador. Cedo pela manhã, levanto e me torno viciosa em abrir esses olhos de pitanga e observo o que almejo... distante, longe de mim. E meus olhos se fecham numa pequena oração interna que descobri ainda ter, aquela fé que é do ser, que não está ligado a deuses e crenças, a fé em mim, que energias talvez me levem além... mas se eu pudesse chegar próximo desses sonhos, estaria quase dormindo, de tão sonhadora estaria. E leve, como a pluma que me permito ser, eu rodopiaria... e leve... como um suave suspiro... que bate entre minhas pálpebras, daqueles beijos que nos dávamos com os olhos.
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
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