A surpresa de amor num tempo de rede. A rede de esperas. A rede de me amarrar em nós. Nós que éramos uma vida inteira, bela, cheia, farta. Hoje eu sirvo a mim. Hoje eu me sinto assim: uma cor apagada num dia que inicia azul e termina cinza. E os lados, todos, rodam, giram, e me sinto zonza, nem sabendo qual sentido dar... a um sentido incógnito e dolorido, que tenta expandir o peito além da conta. E já se termina agosto e não lembro, quantos dias desde a última vez que te vi? E dezenas, centenas ou milhares de momentos que se passaram. E novamente aquele sorriso me aquece a saudade de uma paz que me faz continuar: você tem um poder de transformar um abraço em um mundo. Onde foram esses braços? Onde giraram meus pensamentos, naquela tarde de domingo, onde só mais um pouquinho... viravam horas tenras.
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
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