Morri hoje, quando peguei o busão lotado e meu fone de ouvido acabou de estragar e pelo resto de fio que ainda possuia, acho que engatei na escada rolante outro dia, dei um tropeço e fui de boca e quebrei o dente, mas quase morri, e morri novamente hoje mais cedo, quando o cara me olhou a traseira e disse, "dá-lhe Mucilon nessas coxa, sua linda" e eu morri de embaraço tanto quanto de raiva por ter de estar atrasada e não responder a uma altura que não possuo de fato, mas eu morro toda vez que preciso lembrar de pegar a escada apenas para alcançar a prateleira, assim, morro todo dia quando acordo e minha remela fica ocupando o resto do dia logo após a pálpebra e mesmo lavando o rosto com água fria, ela não havia ido embora, e a remela, que nojenta, ficou lá, todos notando e que morte mais terrível é essa quando tu pega alguém te encarando o dente após comer feijão, acredito que seja a mesma depreciação, se eu escolhesse a morte de rir, morreria hoje, rindo até chorar de morrer de rir.
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
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