Eu respirei o primeiro dia, onde meu leito dizia nasci. E naquela lápide, levantei e vivi. Vivi na vida que era minha, pela vida dos outros e tentei amar como aprendi a odiar, rapidamente, intensamente. E no momento que minha vida me abandonava, me refletia no espelho, quantos dias me restam, a que dia partirei? E meio macabro te digo, que nem ódio nem amor guardei, deixei tudo fluir, como verdadeiros sentidos nos fazem perceber: sou uma águia no ar e também sou a presa indefesa. Sou uma contradição infinita, que me recria e me inclina, dentro deste buraco, chamado de vida.
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
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