Hoje ela escreveu para o futuro e descobriu que nem todos os planos se realizariam. Tarefas e listas colocadas em primeiro plano: uma organização forçada para nunca mais se sentir esquecida. Ontem ela ainda esqueceu do que falaria aqui, eu a forcei a lembrar. Entrei dentro do seu corpo. Uma Alma que se apossa dela, sou. Um tanto apertado parece aqui às vezes, mas quando ela se vai correndo pela avenida, tudo volta ao lugar, como os japoneses já descobriram, um pouco de caos é preciso para assentar as coisas. Mas dentro dele, após os músculos das pernas gritarem, vem a sensação de euforia. Sou hoje um pedaço dela, mas logo vejo que esta Alma terá de sair e achar outro local para realizar seu trabalho.
Algumas vezes nem sempre seremos felizes. E ela relê isso com toda devoção fingida, querendo acreditar que tudo bem... E eu não importo-me em olhar o rio, sentir o seu cheiro pútrido. Algumas águas, mesmo as internas, um dia irão ser renovadas, basta ter paciência.
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