Besouro de pernas para o ar. Como um pequeno ser, implorando a ser recolocado em sua postura de ser vivo. Me disseram que ele não nasceu para matar. Que ele não queria ser aquele ser que um dia adentraria pela janela e, como uma lufada, criaria aquele caos entre os lençóis. Entre um rosto levemente rosado e austero de um recém nascido. Onde com grandes bolotas verdes, ou seriam cinzas? Ele sorri, sem se preocupar ao inofensivo ser humano. Um besouro verde ele seria. E quando uma guerra chegasse, ambos estariam marcados por aquele momento íntimo. Um levava a mão ao outro, sem nenhuma preocupação com seus corações.
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
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