Eu nem sei mais me iludir te olhando. Olhei e logo passei na tua linha delineada e farsante, me conta, no falsete de uma valsa rodopiante e danço, tua mão me segura e me liberta para voltas sem fins, sem começos por todos os lararós de minha mente misteriosa, imagino, aflita, que amo demais essa paz interna de esperar por eu, meu eu, que nem sou mais além de eu por todos os lugares, eu, me perdendo de eu para mim. E tanto ego, tanto espero, e me levo a sério e depois me controlo, e depois eu me recomeço, e eu preciso desse tempo, meu tempo. E as estrelas me aguardam, ao lado do oceano azul do teu olho. Do céu, digo. Digo, céu, meu céu azul acinzentado, verde esmeralda de ilha que finda. Um azul tranquilo, cheio de tempestuosos pensamentos. E canto. No teu canto. O teu ritmo. No meu. Eu.
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
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