Babe, um dia tu olhou no meu olho de maneira curiosa. Um dia, tu olhou no meu olhou dizendo, colorida, quantas cores tu tens... E fosse hoje uma memória distante, eu relembro pensando, será que ele lembra? Quando meu corpo se contorcia de raiva de um mundo que há muito está distante. Pensei acordar mais uma vez às 3 da manhã, pensando, tu me chamou baixo enquanto dormia? E não está ali. Os lados todos vazios. E eu atravesso minhas ruas como se fossem labirintos, perdida? Não, apenas não reconheço mais... tudo tão distante, uma penumbra na minha visão, embaçando a realidade. Estou aqui ou estou além? E estou brincando com muitos ao mesmo tempo, então brinco, eu dou risada, é o que me resta. A impermanência. Nada fixo. Tudo é fluidez e desintegração. Nada pertence... Não é isso? O circo e círculo da vida? Um dia a pressa consome as horas e meu telefone vira o depósito de números que nunca quis. E meu castelinho flutua, como que conhecendo os pequenos mundos que vislumbro lá em baixo...
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
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