Tudo que eu queria era me afastar de uma noite que nunca começou. Eu estava deitada no teu colo, e tu me fazia cafuné no cabelo, enquanto lágrimas rolavam e tu dizia que tudo acabaria bem. E um dia acabou. E ontem eu reservei o pé de maracujá para nós dois. E a fruta era o que nos acalmava. E nós deixávamos as cores amareladas espalhar pelo chão ocre uma casca grossa. E a gente fugia pelos contos, nossos cantos desafinados repetiam refrães nunca inventados, mas a nossa vida era calma. Ainda calma, um dia a gente vai ainda ser tranquilo feito o pé de laranja lima, amargo? Desculpa, vamos por açúcar mascavo, quiçá fica mais prazeroso. E quem diria, tu está aqui do meu lado e nunca mais tinha te visto, mas essa é minha imaginação ainda. E eu não acredito que ando escrevendo tanta bobagem. Onde eu deixei os temas mais sérios? Ainda pareço aquela garota perdida nos meus sérios problemas irrelevantes, feito fórmulas químicas que temos que repetir até decorar ou aprender...
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
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