Queria te dizer que te amo muito. Monstro escondido embaixo da cama. Uma caixa vazia sobre a prateleira do mercado. Queria duas sacolas de batata rosa. Ou branca? Treze meias pegando sol em um varal milimetricamente calculado. São doze anos. Passaram meros trinta segundos. E agora, qual hora te serve? Acordei tarde. Não dormi. Foram anos. Perdi comentários. Foram esquecidos empoeirados sentidos. Tu entupiu a pia. A formiga subia a parede. O mundo girava descontroladamente e sem ninguém perceber bateu no Sol. Foram dois times de futebol quicando em um campo sem plateia. E as mentiras que me conto se acumulam na memória... e isso aqui, o que é? Pergunta ele. Eu olho e digo, uma carta para você ler quando eu ter coragem. E eu futuramente talvez releia essa carta e a aperfeiçoe. Acredito que pessoas, no geral, não escrevem mais cartas. Tem mensagens instantâneas pra isso. Mensagens de voz. O mundo virtual e fluído da rede... que se perde em imensidões.
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
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