A alma pesa, meu pesar sem flores, oculta-me tua alegria, pois é disso que me basto, e disso que um dia sorria radiante, hoje verdes olhos, me pesa o pranto. E de castanha basta para lembrar, quanto valoroso foi as breves falsas esperanças. Não tenho mais ninguém além do peso, que me carrego hoje, aqui e ali, por lados tortos, a descansar olhos, fascinados, por algo frívolo e sem significância. Seria paixão ou volúpia?
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
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