Eu não estou disponível, por isso nem retire um retrato tentando me causar a sensação de já ter te visto na minha grama. Grama. Leveza ou o delicioso peso de toneladas? Escrevo ouvindo tua música favorita, e tu me olha revirando os olhos. Eu dou meu sorriso com ar de moleca. E tu me acusa: linda. E eu vejo essa parte, leve, desmoronar em um comentário. E a rede cegou. E tu me atirou de um oitavo andar esquecido dentro de mim. E me vejo arredia. Não, penso, não, não, fuja, corra, isso é conhecido e doloroso, fuja! Corra! E vou embora sem olhar para trás: o que preciso agora é eu, eu mesma e todas as minhas almas inteiras, intactas e seguras.
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
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