Ela era muito grande para caber em um castelo, por isso criaram a palavra. As suas narrativas contavam sobre mundos distantes, e a magia contida nas rimas, seduziam as mentes sonhadoras. E eu era uma dessas, que acreditava piamente que tudo acabava bem, quando acabava. Então, ela surgiu por entre os montes verdes. Uma anestesia de pedras, com esteiras e canções ritmadas do trabalho quer era mantê-la. Foram meses sem paz. Foram muitas palavras ditas e eu fui me afundando, aprofundando, digo, era intenso os sonhos. Até que ela surgiu, fantástica, carregando entre dedos, um véu manchado de sangue. E a promessa de uma bela vida. Uma espada atravessou a carne ensanguentada e partiu em dois a flecha do cupido. As penas ficaram espalhadas em cada ser vivo pela terra. E hoje nascem apenas meio sonhadores, e até o fim dos dias, ninguém mais sonhará...
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
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