Ele olhou pela janela e me disse oi, tudo bem? Vi seu sorriso esvair aos poucos, enquanto via minha face sumindo na penumbra da noite. Noite cheia. Sentidos atentos. Sua mão passava na minha perna, meus lábios congelavam palavras pelo ar. E na sua face a expressão do terror. Um aviso, disse, e nunca mais. E não soubemos lidar com vazios.
E minha cama está fria. E meu pé frio, mais quente. E nada disso, diz ele, vai mudar os fatos. Que de fardos estou cheia, completei. E nem a rima mais tinha graça, pois temos aqueles caminhos, dois deles e até mais, que temos que rumar. E eu fui enforcando os meus, pouco a pouco, sem me envolver muito, para não pirar.
E logo logo, meu amigo diz, eu também irei mudar.
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