Três horas de espera, uma vida de caixas e duas toneladas de feijão preto. Que aconteceu ele pergunta, silêncio, duvidando de sua resposta como se fosse fácil lembrar desses momentos tristes. Ela olha para ele, cabisbaixa, como que querendo se enfiar no meio da moita e nunca mais sair. Mas ela tentou, com todo seu esforço de miliante, a encará-lo e dizer, vai te ferrar! Eu não admiro pessoas inescrupulosas que se deixam levar por hábitos finos.
Hoje acordei de manhã cedo, mas era meio-dia. Foram mais ou menos 18 horas de voo e ainda permaneço nesse espaço de ostentação e transporte. Me transporto para outros rumos, novos sabores, e ainda fico olhando embasbacada a janela do avião. Onde fui me meter? Pergunto como, sem querer saber a resposta, não sei mesmo... Não sei se foi um desejo de manter-me viva ou de provar a mim mesma que sou capaz de realizar os sonhos, por mim, ninguém mais. Acredito que seja isso. E fico feliz enquanto os pacotinhos que tanto corria atrás, agora os mantenho separados, etiquetados e bem longe para não repetir certas doses. Pacotes de embalagens conhecidas nem sempre são as melhores.
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